Crise do novo Coronavírus gera novas demandas e oportunidades de negócios
Qual o real impacto da pandemia do coronavírus nos negócios? Afinal, aumentaram ou diminuíram as vendas, de modo geral? Ainda não temos esta resposta, estamos no olho do furacão e não conseguimos mensurar o resultado do estrago (ou dos ganhos). Porém, já podemos ter algumas direções e testar teorias que, até então, eram praticamente leis. Você já ouviu falar da Pirâmide de Maslow? Para quem não é da área de administração e marketing, esta é a representação das priorizações das necessidades humanas, começando pela base, com as necessidades fisiológicas (comer, beber, dormir, higiene e etc.). Maslow afirmava que apenas quando a pessoa satisfazia suas necessidades básicas que iria buscar realizações no segundo andar da pirâmide, que são as necessidades de segurança (emprego, renda, casa própria e outros bens).
Depois de sentir-se seguro, o próximo passo é de se envolver e ter aceitação social (constituir família, ter amigos, interagir com a sociedade). Tudo isso para desenvolver o quarto nível da pirâmide, a auto-estima. Quando se conquista o respeito, a confiança, reconhecimento e/ou aceitação de um (ou mais) grupo, esta quarta etapa está concluída e o ser humano está preparado para atingir o topo (e quinto andar) da pirâmide, que é a auto realização (desenvolvimento pessoal, espiritual e profissional). Mas por que estou falando da teoria de Maslow? O que ela tem a ver com o coronavírus? Como vou utilizar dessa teoria para alavancar minhas vendas? Pois bem, qualquer crise traz consigo inúmeros efeitos. Uma pandemia como a do coronavírus gera ainda mais ansiedade, angústia, tédio, insegurança, instabilidade e claro, o medo, principalmente de contrair o COVID-19. Tudo tem relação com seu estado mental, psicológico e emocional. E é exatamente isso que faz a teoria de Maslow despencar. Analisando os estudos da americana Bain & Company, uma das três maiores consultorias de gestão no mundo, e da também americana Deloitte, outra grande corporação com 700 escritórios em mais de 150 países, as pessoas estão mais preocupadas com as necessidades sociais e de segurança do que as próprias necessidades fisiológicas. Está aí a explosão do fenômeno chinês Tik Tok que não deixa nos enganar. A rede social, que surgiu em 2016 e que cresceu exponencialmente no mundo em 2019, explodiu de vez na pandemia, assim como a popularização das lives e webinários, principalmentes na área de gestão e finanças. As previsões apontam que o ensino à distância, entretenimento online, apps de nutrição, saúde e até telemedicina, bem como a explosão dos planos de saúde e seguros de vida tendem a continuar em alta a longo prazo, após a pandemia. Logo em seguida, que explodiu, mas tende a estabilizar, são os produtos de higiene e limpeza, a internet banda larga e os delivery de alimentação. O que teve queda com a crise causada pelo coronavírus, mas tende a se recuperar rapidamente são os produtos de beleza, roupas, sapatos e acessórios, serviços de belezas e os eletrodomésticos. Preste atenção! Os hábitos de consumo mudaram e irão mudar ainda mais. Todas as atividades, produtos e serviços ligados ao bem social tendem a ganhar uma forte impulsão no pós-pandemia. Não que as necessidades fisiológicas serão deixadas de lado, mas as empresas precisarão do “algo a mais” para se destacarem e conquistar clientes. Este diferencial, certamente, passará por processos de inovação e transformação. Não fique para trás, comece agora mesmo o seu planejamento para a retomada e faça parte do "boom" que o mercado irá gerar.
Deinyffer Marangoni é Administrador, atua como executivo da Associação Empresarial de Içara - ACII e é Coordenador do Curso de Graduação em Administração da Faculdade do Vale do Araranguá.
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